REPORTAGEM: A diferença entre escola particular e pública é o professor

Por Daniela, Henrique, Luciana, Florbela e Anabela

Já se tornou uma realidade preocupante a qualidade atual do ensino público no Brasil, sendo a maior parte das escolas privadas melhor do que as públicas. Nessas instituições, entre tantos funcionários, os professores exercem um papel muito importante e contribuem para a qualidade do ensino de modo determinante. Um dos problemas mais frequentes nas escolas de rede pública, principalmente nas estaduais, é a falta de professores em sala para dar aula aos alunos.

No ensino público, é comum os professores entrarem em greve ou simplesmente não comparecerem ao trabalho, fazendo com que os alunos fiquem sem ninguém para ensiná-los. Em uma entrevista com a diretora de uma escola municipal de educação infantil Maria Marques Fernandes, que também trabalhou em outras escolas públicas, o número de professores ausentes em um único dia pode chegar a 40%, situação preocupante tanto para os pais quanto para os alunos. Em 2012, conforme reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, cada um dos 230 mil professores estaduais faltou, em média, 27 dias. Os professores recebem licença se apresentarem atestado médico. Se não conseguirem licença, ganham falta, o que prejudica a sua carreira e o seu salário. Na ausência de um docente, o ideal é que se encontre um substituto o mais rápido possível. No entanto, na maioria dos casos, não há professores com horários vagos, e os alunos acabam prejudicados.

Maria Marques Fernandes é diretora  de uma escola municipal de educação infantil. Foto: Arquivo pessoal

Maria Fernandes é diretora de uma escola municipal de educação infantil. Foto: Arquivo pessoal

Na verdade, o valor da hora-aula recebida pelo docente da rede estadual, em torno de R$ 9, seria o principal motivo de insatisfação entre os professores. Enquanto o piso para 40 horas na rede municipal é de R$ 2,6 mil, nas escolas estaduais vai de R$ 1,8 mil (anos iniciais do Ensino Fundamental) a R$ 2.088 (anos finais e Ensino Médio). Os valores variam de acordo com a formação do docente. Com esses salários, não é raro os professores chegarem a dar aula em até três escolas, resultando em possíveis conflitos de horários e ausências.

Entretanto, em países como a China, a situação se manifesta de forma contrária. Na China, a maioria das escolas é pública, subordinada ao Ministério de Educação e considerada melhor do que muitas escolas particulares. Nesse tipo de escola, os professores têm um emprego estável, sem a necessidade de dar aula em vários lugares. Na verdade, a Lei dos Professores garante que a renda do docente não seja menor do que a do funcionário público. O mais importante é o fato de que os chineses compartilham uma admiração pelos professores, arraigada na cultura tradicional. Tudo isso garante que os professores se dediquem à causa docente sem nenhuma preocupação.

O regime de contratação é outro agravante. Em São Paulo, são quase 35 mil docentes temporários. Um levantamento feito a partir dos dados do Censo Escolar 2012 mostra que, a cada dez contratos de professores das redes estaduais, três são temporários – em sete Estados, há mais contratos temporários do que efetivos. Todas essas questões estão relacionadas à falta de atrativos da profissão. Segundo Francisco Antônio Poli, presidente do Udemo, o sindicato que representa os diretores de escolas, só os idealistas ou aqueles que não têm outra opção optam por serem professores no ensino público. Eles normalmente desistem de ensinar ao arranjar um emprego relativamente melhor.

Além disso, é bem comum que os professores de escolas de Ensino Fundamental sofram violência verbal e física. Não existe lei para defender os direitos dos professores, e é obrigatório que todas as crianças menores de 17 anos frequentem a escola. Os alunos que ameaçam os professores nem querem ficar na escola. Os professores que sofrem da violência só podem acompanhar o aluno à delegacia ou à direção, que tem direito de transferir esse aluno para outra escola. Não é possível expulsar um estudante.

Por outro lado, os pais dos alunos da rede pública não têm para quem reclamar sobre a ausência dos professores, e os diretores e secretários não podem fazer nada, porque a legislação no setor público é muito restritiva. É muito difícil para os funcionários públicos serem demitidos. Depois de passar nos concursos, eles ganham estabilidade.

Deficiências nas condições de trabalho, problemas na infraestrutura das escolas e violência nas escolas contra os professores são alguns dos fatores que contribuem para a ausência de professores no ensino público, de forma que a qualidade da educação brasileira tende a piorar.

3 Comentários

  1. Eu acho que o maior problema e que os professores nao sao valorizados. Apesar de ganhar o salario, na minha opiniao ridiculamente baixo- levando ao consideracao os anos dedicados para estudar e tambem o tempo que eles precisam para preparar aulas e corrigir as temas-eles muitas vezes nem recebem o contrato permanente. Por Isso eles estao faltando trabalho, estao em greve e trabalham em mais do um lugar. Se a gente quer educacao da qualidade e necessario valorizar os professores nao so dando salario bom e estavel para eles mais tambem ajudando e respeitando eles como pessoas fornecendo o lugar do trabalho bem equipado e apesar de tudo seguro. O governo deveria ajudar, como? Nao perturbar pelo menos criando leis restrictivos os quais as escolas tem que seguir e respeitar. Mais autonomia para escolas publicas nao seria uma idea ma, na minha opiniao. 🙂 Eu gostei da reportagem- parabens. Desculpa pela falta dos acentos.

  2. mais uma vez eu escrevo a culpa é do próprio povo,que esta preoculpado com novelas big brothers,funks, e deixa de ser cidadão vende votos,eu acredito que se não acordarmos e dai pra pior

  3. Quem Faz o aprendizado é o Aluno e não a escola ……….quando se tem vontade de aprender …..quem faz um bom aluno é a participação dos pais ……encentivo ..em casa …….colaboração. ….sempre!!!!

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